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Dicionário Demográfico Multilíngüe (Português - edição 1969)
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A migração1 é uma forma de mobilidade geográfica2 ou mobilidade espacial2 de um país para outro ou, dentro do mesmo país, de uma região para outra, envolvendo, em geral, a transferência de residência do lugar de origem3 ou local de partida3 para o lugar de destino4 ou local de chegada4.A migração permanente é distinta dos deslocamentos temporários que não ocasionam a mudança de residência (212-5). O conceito de migração é aplicável apenas ao caso de populações razoavelmente estabelecidas. Na prática, é difícil distinguir entre migrantes e pessoas em trânsito (310-6), todavia procura-se determinar a diferença com base na duração da ausência5 da residência anterior ou na duração da permanência6 na nova. Outra alternativa é a distinção feita em base jurídica, decorrente da classificação do indivíduo como residente ou em trânsito, pelas autoridades governamentais.
- 1. migração, s.f. — migrar, v.i. — migrante, s. 2 gên., pessoa que migra; também usado como adj. — migratório, adj., relativo à migração.
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O movimento através das fronteiras de determinado país é chamado migração externa1. Quando se trata de estado soberano, o deslocamento populacional é denominado migração internacional2. Esta expressão é também usada como sinônimo de migração externa, embora não sejam termos necessariamente equivalentes. As palavras imigração3 e emigração4 se referem ao movimento para dentro e para fora, respectivamente, de certo território. A migração processada dentro de um mesmo país e que consiste no deslocamento entre diferentes partes desse território constitui a migração interna5.
- 1. A migração que só interessa a um território pelo fato de que o atravessa constitui, em relação a esse território, uma transmigração ou migração de trânsito.
- 3. imigração, s.f. — imigrar, v.i. — imigrante, adj. e s. 2 gên., pessoa que imigra — imigrado, adj. e s.m., pessoa que imigrou.
- 4. emigração, s.f. — emigrar, v.i. — emigrante, adj. es. 2 gên., pessoa que emigra — emigrado, adj. e s.m., pessoa que emigrou.
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O termo movimento migratório1 é usado para a parte do movimento geral da população devido à migração (801-1). O total de entradas2 de imigrantes (802-3*) e saídas3 de emigrantes (802-4*) constitui a migração total4 ou o volume total das migrações4. A migração líquida5, também chamada balanço migratório5 ou saldo migratório5, é a diferença entre as entradas e saídas. Quando as entradas excedem as saídas, há uma imigração líquida6 e, no caso inverso, uma emigração líquida7.
- 2. entrada, s.f. — entrar, v.t.
- 3. saída, s.f. — sair, v. rel.
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As estatísticas migratórias1 permitem o conhecimento do volume das migrações (801-1), da direção dos movimentos migratórios (803-1) e das características dos migrantes (801-1*). A exatidão com que cada um desses aspectos é apurado depende do método de elaboração, pois as estatísticas sobre migrações consistem mais de aproximações e estimativas do que de mensurações precisas. O levantamento direto das migrações2 requer um sistema de registro contínuo dos movimentos migratórios. No caso de migrações por via marítima ou aérea, o levantamento pode ser baseado nos registros de passageiros3 ou listas de passageiros3 dos navios ou aviões. A contagem das pessoas que atravessam uma fronteira política fornece apenas dados muito grosseiros, a menos que sejam tomadas medidas especiais para distinguir os migrantes dos viajantes4 ou pessoas em trânsito que não mudaram de residência. O número de vistos de entrada5 ou autorizações de entrada5 concedidos e o número de autorizações de permanência6 ou autorizações de trabalho7 emitidas podem, também, ser usados como indicadores do movimento migratório. As mudanças de domicílio (310-6) anotadas para fins eleitorais, as transferências de matrículas escolares e outros dados semelhantes podem ser utilizados como índice das migrações internas (802-1). Cada uma dessas fontes pode apresentar uma variedade de outros movimentos não definidos como migratórios ou pode não incluir movimentos que devem ser considerados como tal.
- 5. Em certos países, os cidadãos que desejam viajar para o exterior devem obter autorizações de saída ou vistos de saída que podem servir como fonte de informações sobre os movimentos migratórios.
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Na impossibilidade de determinar a migração diretamente, procede-se ao levantamento indireto da migração1, através de estimativas obtidas pelo método de resíduo2, no qual as alterações ocorridas na população entre dois recenseamentos são comparadas às alterações devidas ao crescimento natural e a diferença encontrada é atribuída à migração. O método das estatísticas vitais3 consiste em determinar a diferença entre o movimento geral da população e o crescimento natural (701-7). No método do coeficiente de sobrevivência4, as taxas de mortalidade do período intercensitário são aplicadas no envelhecimento (326-5) da população recenseada e na obtenção da população esperada para o final do período. A comparação entre a população observada e a esperada pode ser usada para estimar o saldo migratório por idades. Havendo dados disponíveis da migração total ou líquida e da população média, calculam-se as taxas de migração5 que fornecem a incidência das migrações.
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O estudo do deslocamento de uma população compreende não só a migração propriamente dita (no sentido de 810-1) mas também os movimentos temporários, entre os quais são de particular importância certos movimentos regulares como o trânsito1 diário entre o local de residência e o local de trabalho e a migração estacional2 que ocorre em determinados períodos do ano. A migração estacionai é, em geral, migração de trabalho3, decorrente do deslocamento de indivíduos para a execução de tarefas temporárias como a colheita.
- 1. Nos E.U.A., o trânsito regular entre a residência e o emprego é chamado "commuting".
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